segunda-feira, 16 de outubro de 2017

O Superman é pai de um menino superpoderoso de 10 anos de idade fruto de seu casamento com a jornalista Lois Lane. E mais: o garoto assumiu o nome e manto de Superboy. Surpreso? Embora seja parte do processo de restruturação editorial da DC conhecida como Renascimento inciada há mais de 1 ano nos EUA, a história do menino começou bem antes. Conheça agora o novo Garoto de Aço da DC Comics!


Ele pode saltar grandes distâncias com um único pulo, é invulnerável (ou quase isso) e não é um estranho visitante de outro planeta. Ele é Jonanthan Samuel Kent, ou simplesmente Jon, um garoto de 10 anos de idade que até poucos meses atrás levava uma vida normal crescendo numa fazenda nos arredores de Metrópolis até descobrir possuir superpoderes e mais: seu pai era o Superman. Ou melhor, o Superman de uma realidade extinta.

Para entender a trajetória que levou à chegada de Jon ao universo DC, é preciso retroceder até o ano de 2011 quando a editora DC Comics fez outro reboot de sua continuidade com o evento Ponto de Ignição, dando origem ao universo chamado comercialmente de Novos52 e apresentando versões mais jovens de seus heróis, entre eles o Superman cuja idade foi fixada em 27 anos.

Em 2015, a despeito das boas vendas do título do herói, a DC optou por trazer o Superman e a Lois Lane pré-Novos52 de volta num tipo de experimento editorial para agradar os fãs daquela versão enquanto engatou com a então oficial do personagem o arco Truth, um verdadeiro desastre editorial que, pela primeira vez em 4 anos, afundou as vendas dos títulos do Homem de Aço.

Mais a DC tinha ainda mais planos ambiciosos: Superman e Lois da versão pré-Novos52 teriam um filho quem por sua vez seria o novo Superboy da editora após anos tentando encontrar espaço com a versão anterior, Kon-El (Conner Kent). O resultado desta escolha foi produto de uma série de fatores, mas adentrarei neles abaixo. 

Foi assim que, durante o evento Convergência, explicou-se como o casal foi sequestrado de sua continuidade original (1985-2011) junto a outros heróis e vilões por Brainiac, passando um ano presos no planeta Tellos. Enquanto isso, o universo foi rebootado durante o evento Ponto de Ignicação e a continuidade dos Novos52 entrou em vigor. Mas estes Kal-El e Lois estavam "fora" quando o evento ocorreu, propiciando que eles fossem os únicos com versões "duplicadas".

Sem suas habilidades sobre-humanas e possivelmente contando com o ambiente alienígena anômalo do planeta, o qual além de ser inteligente era capaz de anular a maioria dos superpoderes dos personagens lá cativos, Lois conseguiu engravidar do marido, agora tecnicamente um humano normal, e, no desenrolar de Convergência, deu à luz a um menino chamado Jonanthan. O médico responsável pelo parto foi ninguém que Thomas Wayne, o Batman da realidade conhecida como Ponto de Ignição.

No final, este Superman decide voltar no tempo junto com outros heróis e impedir o Antimonitor de deflagar a primeira crise (Crise nas Infinitas Terras) no qual foram bem sucedidos. É claro que ele foi carregando Lois e uma criança nascida há poucos dias no colo da esposa para um confronto de proporções épicas no meio do espaço, mas são meros detalhes, certo?


Ele, Lois e o bebê foram enviados para a atual Terra-0 onde viveram de forma escondida pelos últimos 10 anos enquanto o Superman atuava em segredo usando uma variante escura de seu uniforme e Lane, como uma jornalista anônima, o "autor X", especializou-se em expor criminosos.

Nos primeiros anos, eles viveram com o sobrenome de White, mas recentemente mudaram para Smith. Jonanthan cresceu como uma criança normal até os últimos meses quando seus poderes começaram a se manifestar.

Após os eventos que levaram à morte do Superman da Terra-0, o "Superpai" assumiu o lugar vacante de sua versão e se tornou o Homem de Aço, revelando também para Batman e Mulher-Maravilha existência oficial de sua família e de Jon como o novo Superboy.


PODERES

Os poderes de Jon estão em evolução e se mostram incrivelmente instáveis no momento. Ele já demonstrou habilidades kryptonianas básicas ativadas sob um sol amarelo como vôo, superforça e visão de calor, além da capacidade de dar grandes saltos, limitada capacidade de vôo e relativa invulnerabilidade, mas a maioria deles oscila tornando a exposição do garoto a perigos ainda um risco.


O Superman, utilizando a tecnologia da Fortaleza da Solidão, conseguiu determinar que esta instabilidade de devia à natureza híbrida kryptoniana e terráquea do garoto e conseguiu estabilizá-la momentareamente, mas o problema ainda continua. Estes eventos podem ser conferidos nos primeiros números de "Superman" dentro da fase Renascimento editados no Brasil pela Panini.

O mais impressionante é que, algum tempo depois, Batman revelou que também havia feito um diagnóstico no garoto e determinado que, por ser um híbrido, ele tinha a possibilidade de se tornar mais podersoso que o próprio Superman no auge de seus poderes.

A informação é a princípio estranha pois, teoricamente, o garoto deveria ser mais fraco que o pai por ter apenas metade de seu DNA alienígena, mas a DC parece seguir a linha estipulada para Jon Lane Kent, o filho das versões Novos52 do Superman e Lois Lane de um possível futuro apresentado nas aventuras dos Novos Titãs: o rapaz era muito mais poderoso que seu superpai, possuíndo inclusive poderes únicos como capacidades telecinéticas. O Superboy "Novos52" era um clone parcial dele. Conheça mais sobre Jon Lane Kent aqui.

Além disto, Jon já demonstrou um claro intelecto e mente científicos superiores a de um humano comum, herança tanto de seus genes kryptonianos quanto da energização de seus neurônios pela luz do sol amarelo.

Outro fato curioso é que, mesmo tendo 10 anos, Jon é muito mais alto que Damian Wayne, o Robin, 3 anos mais velho. O assunto já rendeu piada e até uma briga entre os dois meninos.

"Parece que este Robin ainda pode crescer um pouco."
Superman #10
Fonte: MoviePilot




JONANTHAN NO BRASIL

Abaixo segue uma lista das publicações principais onde ele participu até a publicação deste aritgo já editadas no Brasil e em ordem cronolṍgica.

SUPERMAN: CONVERGÊNCIA (2016)

Especial da Panini reunindo Superman: Convergence #1 e #2. Na segunda história, vemos o nascimento de Jon e seu parto pelo Thomas Wayne da realidade Ponto de Ignição.


SUPERMAN: LOIS & CLARK (2016)

Especial reunindo as 6 edições da série de mesmo nome lançada nos EUA. Nela, acompanhamos a vida da superfamília desde sua chegada na Terra-0 após derrotar o Antimonitor e impedir a primeira Crise até os dias atuais, 10 anos depois.

Originalmente, era um título mensal, porém as baixas vendas empurraram a publicação para uma minissérie até ser cancelada no número 6. Mas neste ponto, a DC já tinha como meta editorial trazer Jon como novo Superboy. E meta é meta.


SUPERMAN: FIM DOS DIAS (2017)

Encadernado compilando as últimas edições dos títulos do Homem de Aço antes de Renascimento. O arco (The Final Days of Superman, em inglês) mostra como o Superman da Terra-0 foi afetado pelos últimos acontecimentos envolvendo sua perda de poderes, a tentativa de energização por kryptonita, os poderes temporários advindos dos poços de Apokolipse durante o especial Guerra de Darkseid e, por fim, seu confronto com Rao. Esta série de acontecimentos levaram seu corpo ao ponto de ruptura e o herói estava morrendo.

Para piorar, descobre-se também que há um tipo de cópia residual sua que infectou um humano fazendo-o acreditar ser ele próprio o Superman. Para impedir sua cópia distorcida, os dois Homens de Aço acabam entrando em contato pela primeira vez e Jon fica no meio do combate durante a última batalha do Kal-El original da Terra-0.


UNIVERSO DC: RENASCIMENTO (2017)

Começa aqui a nova fase da DC. Os Kent se mudam para uma nova fazenda sob o nome falso de Smith. No meio do caminho, Kal é abordado por uma misteriosa figura, o enigmático Oz, que lança dúvida não só sobre a identidade do herói, como de toda sua família.

O especial tem uma capa variante assinada pelo brasileiro Ivan Reis, confira ambas abaixo. A Amazon tem uma ainda uma terceira variante exclusiva apresentando a capa de Reis com impressão metalizada à venda.



SUPERMAN e ACTION COMICS (2017-presente)

A vida de Clark, Lois e Jon jamais será a mesma quando o herói resolve assumir o lugar do falecido Superman e se tornar o novo Homem de Aço da Terra-0. O primeiro arco a ser publicado em Superman terá uma participação muito maior de Jon, mas ele também marcará sua presença em Action Comics.

As aventuras de Jon ao lado do superpai podem ser conferidas no Brasil mensalmente em Superman e Action Comics. Fica a ressalva para os leitores: dentro os dois títulos, é Superman que tem a proposta de focar na realção pai e filho.



SUPERMAN DO FUTURO

A participação de Jon já vai muito além do presente do universo DC mesmo antes dele ganhar todo destaque após Renascimento.

Durante os meses que envolveram, nos EUA, a publicação de The Final Days of Superman e Rebirth (Renascimento), A DC, como dito acima, já tinha como meta tornar o Jon o novo Superboy da DC, mas Dan Jurgens, apontado como responsável pela nova fase em Action Comics, teve sinal verde de extrapolar a idéia e mostrar que ele seria, também, o próximo Superman da editora!

Como escritor do título Batman Beyond, ele resolveu resgatar a ideia do Superman "Beyond" e da Liga da Justiça vistas no desenho animado.

Mas calma: se você é fã da animação de Bruce Timm e Paul Dini, aquelas aventuras, bem como as séries de quadrinhos situadas naquele universo e publicadas de lá para cá, incluindo as inéditas no Brasil envolvendo o Superman Beyond, elas todas aconteceram na Terra-31. Apenas foi estipulado que a Terra-0, 30 anos no futuro, terá vários elementos simulares àqueles mostrados naquele outra realidade parelela.

Aqui, porém, "algo" aconteceu com o Superman e Jon se torna o novo Homem de Aço. Ele e o resto da Liga são aprisionados e mantidos em animação suspensa pelo Irmão-Olho, sendo libertados por Tim Drake no papel de Batman.


Jon usa uma variação clara do uniforme do Superman Beyond conhecido pelos leitores, branco e preto, apesar de ligeiramente mais futurista. Ele mostra as características tradicionais de seu pai, sendo claramente o líder da Liga e a figura de comando inspiradora que o Homem de Aço precisa ser.


A ideia passa longe de ser nova e já havia explorada em diversas outras histórias da DC, sendo a mais famosa DC 1,000,0000,000 e Superman Grandes Astros. Ainda assim, é um arco acima da média e o momento quando Jon entra em cena é espetacular.

Jon como Superman é o líder da Liga da Justiça 30 anos no futuro.
O arco Cidade de Ontem foi publicado aqui em Batman #50, #51 e #52 pela Panini. Confira abaixo as capas.

 



JON, O COLECIONÁVEL

Claro que a DC já está capitalizando em cima do novo Superboy. Existem dois produtos que particularmente chamam atenção dos fãs. O primeiro é o pacote duplo lançado pela DC Collectibles com Jon e Damian.


A Kotobukiya também está colocando no mercado uma estátua do garoto ao lado de Krypto, o Supercão.


ORIGEM EDITORIAL

Já conferiu o artigo sobre os muitos filhos do Superman? Se não, confira aqui! Como se pode ver, a DC há décadas explorou a ideia do Homem de Aço ter uma descendência, mas ousando muito pouco dentro da cronologia oficial e, no caso de Lor-Zod (filho adotivo) e Cir-El (originalmente planejada como filha dele e Lois), voltou atrás e desfez tudo.

Isto se dá basicamente pelo fato de casamentos e filhos serem um passo um tanto radioativo para super-heróis nos quadrinhos  estadunidenses e, no passado, poucas incursões neste caminho deram certo citando, entre os poucos, o casamento e os filhos de Reed e Sue Richards. Nas tiras, também há o exemplo do Fantasma.

Via de regra porém, os editores e escritores gostam de ter uma linha de "retorno" de onde pode trazer de volta os personagens após arcos ou mudanças (temporárias). Por mais que no mundo real seja um processo comum se divorciar, nos quadrinhos isto é mais difícil pela imagem e valores que ainda querem vincular a certos personagens, especialmente os heróis tradicionais de valores conservadores como o Superman [nota do escritor: isto não é uma crítica ou defesa destes ou daqueles valores, apenas uma constatação factual].

O maior e melhor exemplo disto é o Homem-Aranha. Ironicamente, o casamento dele com Mary Jane sempre foi bastante querido por fãs e escritores até a Marvel resolver desfazê-lo, mas optou tomar o caminho do fantástico ao apresentar uma solução mágica onde Peter e Mary nunca haviam se casado, apesar de terem morado juntos.

Ainda falando sobre o Aracnídeo, há o exemplo de sua filha com Mary Jane que foi concebida durante os eventos da infame saga do clone. Na época, a Marvel já queria trazer de volta um Homem-Aranha solteiro e, para tanto, criou Ben Reilly para ser o "verdadeiro" Homem-Aranha, afastando Peter, agora tido como um clone, e Mary Jane grávida.

Fonte: Ben Reilly's Tribute

Tendo a saga rejeitada e criticada, o jeito foi desfazer tudo, mas o fato é que não havia interesse editorial, naquele ponto, em mostrar o Aranha "oficial" com um filho. O jeito foi mostrar que a bebê havia morrido no nascimento. A Marvel ainda ensaiou um mistério em torno do corpo da criança, mas depois abandonou a ideia.

No caso do Superman, é importantíssimo citar o filme Superman Returns (2006) onde o Superman, pela primeira vez na grande mídia, ganhou um filho, Jason. Na época, próprio diretor Bryan Singer disse esperar que a DC levasse a ideia aos quadrinhos e ela de fato o fez, mas de forma temerosa: com argumentos do Richard Donner, diretor de Superman - O Filme (1978) e Geoff Johns e com arte de Adam Kubert, fomos apresentados a Lor-Zod, filho do general Zod e Ursa, quem se tornou filho adotivo do casal Clark e Lois por algumas edições.

O problema veio justamente pela recepção de Superman Returns não ter sido aquela esperada pela DC, levando a editora a, mornamente, afastar Lor-Zod. A questão é bastante polêmica, mas a rejeição do personagem de Jason se deu por questões próprias do filme entre os fãs, não da ideia de um "superfilho" em si, mas naquela altura, não fazia mais diferença. Lor estava condenado a participações esporádicas até morrer alguns anos depois. Mas a semente da ideia estava lançada.

Um grande, senão enorme redefinidor do pensamento acerca da paternidade de heróis tradicionais foi Damian Wayne, o filho do Batman, trazido de uma história dos anos 80 que sequer fazia parte da continuidade oficial por Grant Morrison durante sua passagem como um dos roteiristas do Homem-Morcego na segunda metade dos anos 2000.  Damian se tornou um personagem muito amado e querido pelos fãs e o fato dele assumir o manto de Robin fez todo sentido. Batman e Robin, pai e filho. Era uma mina de ouro tanto conceitual quanto mercadológica.

O conceito deu tão certo que acabou colocando a DC em calças justas: Morrison tinha a ideia de matar Damian no arco final de sua participação em Batman, o que ele de fato fez, mas a popularidade do garoto já era tão alta que a editora precisou engatar rapidamente uma forma de trazê-lo de volta à vida.

O Robin Damian Wayne.

Foi o sucesso de aceitação de Damian junto com o experimento de Jon Lane Kent, o filho do Superman na versão Novos52 vindo do futuro, e a pincelada de Jason White, filho do Homem de Aço e Lois Lane no filme Superman Returns, que mostrou a DC que poderiam, enfim, se aventurar editorialmente e arriscar dar ao Superman um filho biológico dentro da continuidade oficial.

Foi assim que, antes de Convergência, os editores já tinha definido que o Superman pré-Novos52 seria trazido de volta junto com a sua Lois e ambos teriam um filho, afinal já eram mais velhos e casados diferente das versões "oficiais" solteiros e sem nenhuma relação amorosa entre si. E mais, devido a tantos erros com o Superboy Kon-El mesmo antes dos Novos52, este garoto seria o novo Superboy da DC, sanando definitivamente a necessidade de se preencher a lacuna de um Garoto de Aço como marca dentro da editora.

IMPACTO E VEREDITO

Sem dúvida, Jon revitalizou os títulos do Superman. Muito mais do que o casamento do herói e de Lois, a paternidade é a mudança mais radical vista no personagem há décadas.

É bom lembrar que o casamento do Superman foi um golpe de marketing. A história aconteceria naturalmente em Superman #75 (1993), mas o seriado Lois & Clark: As Novas Aventuras do Superman entrou em produção. Resultado: a Warner soltou uma ordem "de cima pra baixo" cancelando o enlace. Frustrados, os membros da equipe editorial e criativa tiveram várias reuniões sobre o que fazer a seguir e, numa destas, o desenhista Jerry Ordway propôs brincando que eles simplesmente matassem o Homem de Aço. A ideia acabou sendo levada a sério e o resto é história para outro dia e outro artigo.

Fato é que, pela mesma razão, a Warner mandou a DC casar o Superman quando Clark Kent e Lois Lane anunciaram seu matrimônio no mesmo seriado em 1995. Todavia, os dois haviam até rompido o noivado nos quadrinhos fazia meses, mas é como diz o ditado: "manda quem pode, obedece quem tem juízo", rapidamente foi feita uma história bastante sofrível explicando como os dois reataram e se casaram mais rápido do que uma bala.

Porém, o casamento do Superman foi um incômodo nos anos seguintes para vários escritores, recebendo igualmente níveis de aceitação nada unânimes dos leitores. O impasse ficava: como divorciar o Superman? Para muitas pessoas, não apenas leitores e fãs, esta pode ser uma pergunta boba, mas ela é bastante venenosa em se tratando de um personagem extremamente tradicional como o Homem de Aço dentro do mercado editorial.



O "problema" chegou ao ponto dos autores Mark Waid, Grant Morrison e Mark Millar se unirem e apresentarem à DC um projeto chamado Superman 2000 em 1999 onde eles se propunham a "solucionar" o dilema fazendo com que todo planeta, menos o Superman, esquecesse de seu casamento com Lois, além de projetar novos rumos editoriais. A ideia foi vetada, mas exemplifica como a questão era de difícil resolução.

O próprio fato da DC se aproveitar do reboot de 2011 para mostrar o Superman solteiro de novo se deu por conta disto. A título de curiosidade, Morrison confirmou que várias das suas ideias para este projeto acabaram entrando em Grandes Astros Superman e em sua passagem pelos Novos52.

É aqui onde Jon, o personagem Jon, é o grande diferencial dos últimos anos e até décadas com relação ao Superman. Ao menos até o momento, o garoto é o elo que faltava para fazer o herói não apenas funcionar como marido e Lois, como esposa, mas sobretudo ao mexer na dinâmica como o público em geral se relaciona com o Homem de Aço.

Uma das grandes barreiras da audiência moderna desde os anos 70 com o Superman é a figura paterna exercida por ele. Anteiormente, este papel era "imposto" a outros personagens e até vilões, mesmo quando ele foi rejuvenescido nos Novos52. Ele era sempre representado como modelo de ética e conduta.

O grande impacto de Jon no universo do Superman é dar a ele um alvo para, de fato, ser um pai, educador, mentor e exemplo: seu próprio filho. O grande sucesso e recepção tanto do garoto quanto do "novo" Homem de Aço pós-Renascimento e o aumento da venda de seus títulos se dá, em última análise, pelas pessoas não se sentirem mais doutrinadas pelos valores do herói. Eles ainda estão lá, intactos, mas estão sendo transmitidos para seu filho e a audiência pode concordar ou não com algum deles, mas isto não impede de apreciar uma excelente versão do personagem. Ao contrário, devolveu ao herói a autoconfiança perdida em grande parte desde Crise nas Infinitas Terras e encontradas parcialmente em obras perdidas como os trabalhos de Mark Waid, Grant Morrison e Alex Ross.


Além disso, Jon é o novo Superboy da editora, outra mudança radical. Se Batman e Robin agora são pai e filho, também o são Superman e Superboy. Nada de clones ou versões juvenis, o Superboy agora é o filho do Homem de Aço, uma criança simpática, gentil, cordial, sem crises de afirmação e que busca apenas fazer o bem, rompendo outro estereótipo dos quadrinhos deste tipo atualmente.

Por fim, o próprio casamento de Clark com Lois se tornou mais dinâmico e familiar, humano. É claro que aqui a DC tomou sérias lições da dinâmica do romance entre as versões Novos52 do Superman e da Mulher-Maravilha.

Portanto, o saldo de Jon é mais do que positivo tanto para o Superman, quanto para suas histórias e para toda uma nova geração e veteranos os quais aguardavam uma mudança de ares na vida do personagem. De longe, foi a decisão mais sábia da DC em mais de 40 anos.

Quem diria que um dia o Superman seria salvo não apenas das péssimas vendas, mas da aceitação popular pelo próprio filho?

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