sexta-feira, 15 de agosto de 2014

SUPERMAN #32
Mensal (Importada)
32 páginas
US$ 3,99
DC Comics
"ROMITA ESTÁ VINDO."

A frase reverberou em propagandas em vários títulos da DC nos últimos meses anunciando a aguardada SUPERMAN #32, onde John Romita Jr e seu amigo arte-finalista Klaus Janson fariam sua estreia na equipe criativa deste título ao lado do consagrado argumentista Geoff Johns.

Todavia, o tão alardeado começo do trio ocorre de forma morna, ainda que promissora. A história envolve a aparição de outro "superman" em Metrópolis, um homem chamado Ulysses. Enviando pelos pais cientistas a outra dimensão para escapar de uma possível destruição da Terra, o bebê cresceu e se tornou um campeão de seu mundo adotivo intitulando-se O Último Filho da Terra, apenas para descobrir estarrecido que a o seu planeta natal nunca foi destruído. Paralelamente, Clark Kent esboça a possibilidade de voltar ao Planeta Diário em um encontro com Perry White e Jimmy Olsen continua com problemas vigentes a sua herança.

A edição tem alguns problemas nítidos apesar da magnífica arte da dupla Romita/Janson. O primeiro é o fato dela ser quase uma "prévia" do que será o arco desenvolvido aqui tamanha economia de argumento. Não há nada aprofundado ou realmente esboçado, apenas muitos splashes e quadros grandes, o que ajuda a preencher espaço e dar vida grandiosa a um pequeno volume de texto argumento.

Segundo, apesar de estar em seu começo, a trama em si já esbarra no conceito de "outro superman" utilizada exatamente agora em SUPERMAN UNCHAINED de Scott Snyder e Jim Lee e personificada na figura do vilão Wraith. Basicamente, temos então duas revistas fazendo uma "reflexão" do papel do Homem de Aço no mundo apresentando personagens/antagonistas com seu mesmo background, ou seja, seres superpoderosos oriundos de mundos destruídos (ou não) levando o herói a questionar seu papel político/social/militar no mundo. Geoff Johns já provou que é um escritor mais do que competente e capaz de criar tramas com reviravoltas e desenlaces interessantes o suficiente para valer o dinheiro do leitor, então só resta esperar e ver como ele vai diferenciar sua narrativa daquela contada pelo seu colega no título-irmão.

Ainda assim, existem algumas qualidades inegáveis neste primeiro fascículo a começar pela histórica entrada de John Romita Jr, consagrado artista da Marvel durante décadas, na DC como desenhista do Homem de Aço. Seu trabalho ao de Klaus Janson é impecável e não deixa nada a dever à passagem da dupla por títulos como Vingadores, Thor, Homem de Ferro e outros, inclusive no escopo das cenas de ação, outro ponto alto da edição que conta com uma maravilhosa capa dupla mostrando a transformação de Clark Kent em Superman. Titano, o... hã... macaco disparador de raios de kryptonita... também faz sua estreia nos Novos 52 logo nas primeiras páginas rendendo a Romita sua primeira oportunidade de fazer uma de suas especialidades: confrontos épicos. Além disso, também chama atenção outro detalhe interessante: como o artista está representando a (nova) roupa do Superman, especialmente as (muitas) linhas nele, dando-lhes mais vida e peso.

Se não por um começo empolgante em termos de narrativa, todos esses fatores listados acima valem a leitura desta histórica revista. E que venha o melhor.

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