sexta-feira, 15 de agosto de 2014

SUPERMAN: DOOMED #1
Especial (Importada)
48 páginas
US$ 4,99
DC Comics

SUPERMAN: DOOMED #1 marca o começo do grande arco homônimo envolvendo os títulos do Homem de Aço, o segundo após o reboot dos Novos 52 em setembro de 2011, e, assim como um dos últimos arcos da continuidade anterior, ele gira em torno de um dos maiores inimigos do Superman: Doomsday (Apocalyse no Brasil), vindo daí o nome "doomed", ou amaldiçoado, desgraçado, malfadado.

Após algumas aparições irregulares nos números-prólogos desta edição, onde demonstrou a capacidade de escapar da sua prisão na Zona Fantasma, Apocalypse finalmente entra no mundo físico de vez e começa uma nova onda de destruição em massa, mas este não parece ser o mesmo monstro que enfrentou e o matou o Superman no passado: ele está maior, mais poderoso e incrivelmente mais letal tendo a capacidade de irradiar uma aura mortífera capaz de exterminar toda a vida a sua volta, incluindo a microscópica, enquanto sua mera presença é capaz de calcinar a terra e evaporar a água.

Para o assombro do Superman e de seus aliados, a dra. Shay Veritas confirma que a criatura que o Último Filho de Krypton encontrou antes era apenas uma larva e este agora é seu estado "maduro". Se em sua versão larval ele conseguiu assassinar o Homem de Aço, o que o herói precisará fazer agora para derrotá-lo? E a que custo?

Apocalypse é um personagem típico dos anos 90 quando foi criado para o arco A MORTE DO SUPERMAN, onde apareceu apenas como um monstro irracional parecido com um Hulk distópico que trocou socos com o Homem de Aço em uma onda de destruição pelos EUA até ambos "morrerem". Posteriormente em minisséries e especiais como Revanche (Hunter/Prey), O Retorno de Apocalypse (Doomsday Wars), Mundo em Guerra, Crise Infinita e Reign of Doomsday, sua história foi expandida e explicada, porém com a alta irregularidade na qualidade dessas revistas, o próprio impacto da criatura no universo DC foi minimizado até que suas aparições, que deveriam ser algo aterrorizante uma vez ter ele sido responsável por matar o Superman uma vez, tornaram-se algo insosso e pouco emocionante com o tempo.

É justamente aqui que DOOMED tem seu ponto alto: talvez pela primeira vez desde a sequência em minissérie Revanche, Apocalypse é de novo uma entidade a ser temida e seu nível de poder e destruição faz o leitor se perguntar como o Superman e a própria Liga conseguirão derrotá-lo. Escrita a três mãos por Scott Lobdell, Greg Pack e Charles Soule, a revista também confirma que na nova continuidade o monstro também matou o Superman além de mostrar uma das mais selvagens lutas entre os dois nesses quase 22 anos desde sua criação e cujo desfecho - violentíssimo - é apenas o ponto de partida para a saga a se desenrolar nas próximas edições, cortesia da arte competente e detalhada de Ken Lashley.

Outro trunfo da edição e quiçá de todo o arco a seguir é reintroduzir John Henry Irons, o Aço (Steel), como um personagem importante e relevante ao Universo DC, posto que ele já tinha perdido há algum tempo antes de 2011. Originalmente criado como um dos 4 "Supermen" que aparecem após a morte do Homem de Aço, seu destaque e participação nesta revista como um dos heróis que enfrenta Apocalypse diretamente é mais um bem vindo elemento nostálgico que vai agradar os fãs da Era de Ferro.

Ainda que servindo ao propósito de introduzir a problemática a ser explorada nas próximas edições, DOOMED #1 consegue ser concisa e objetiva, talvez até mais que Superman #75, edição final d'A MORTE DO SUPERMAN em 1993, contendo uma história bem mais - e melhor - construída em torno de diálogos, revelações e interação entre os personagens. Além disso, existe um respeito sutil à essência do Homem de Aço presente aqui e totalmente negligenciada há duas décadas atrás na cena onde o herói pergunta à Veritas se Apocalypse é senciente e se ele, Kal-El, pode matá-lo. Ponto para os argumentistas.

Enfim, a edição é uma verdadeira homenagem aos quadrinhos noventistas do Superman, mas sem medo de explorar novas ideias e apresentar um necessário e bem sucedido resgate de Apocalypse como um dos maiores monstros e antagonistas não só da DC, mas dos quadrinhos em geral, resultando numa edição competente e satisfatória para sua (re)introdução nos Novos 52. Vale a pena ser confira por qualquer fã do herói. Ou do vilão.

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